

O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), começou nessa quarta-feira, 28, treinamentos para preparar a criação de material escolar para as oito etnias indígenas do estado: Apinajé, Awa-Canoeiro, Javaé, Karajá, Karajá-Xambioá, Krahô, Krahô-Kanela e Xerente. As atividades seguem esta quinta-feira, 29, na Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), campus Graciosa, em Palmas.
Essa ação tem como objetivo criar livros escolares escritos na língua original de cada povo indígena. O projeto faz parte do Programa de Fortalecimento da Educação Indígena (Profe Indígena) e atende a uma antiga necessidade das comunidades indígenas do Tocantins.
Foram selecionados professores indígenas que sabem escrever materiais escolares ligados à cultura, tradição e idioma de seus povos. Eles vão criar textos sobre o modo de vida e as matérias específicas da educação indígena, como língua indígena, conhecimentos tradicionais e cosmologia. O diretor Amaré Gonçalves Brito explicou que muitos desses professores têm doutorado ou mestrado e já publicaram livros, agora vão contribuir com essa importante produção.
Preservação dos conhecimentos tradicionais
A professora Jacira Brito Xerente afirmou que criar esses materiais é essencial para passar os saberes indígenas para as próximas gerações, já que antes isso acontecia só de forma oral. Ela ressaltou que registrar as histórias e tradições em livros ajuda a preservar a identidade cultural para o futuro.
Educação Indígena no Estado
A educação indígena está presente em seis das 13 Superintendências Regionais de Educação (SREs) do Tocantins: Gurupi, Pedro Afonso, Miracema, Paraíso do Tocantins, Tocantinópolis e Araguaína. A rede estadual tem 96 escolas indígenas, mais 38 extensões, com mais de 600 professores, atendendo cerca de 6,3 mil alunos dos oito povos indígenas do estado.