

Com um estande inovador montado a partir de materiais reutilizáveis, a Secretaria da Educação do Tocantins marca presença na Agrotins 2025, mostrando como a formação técnica no campo está gerando impacto real na vida dos estudantes e nas comunidades rurais. A estrutura sustentável abriga projetos desenvolvidos por alunos de escolas agrícolas estaduais, que unem tecnologia, preservação ambiental e práticas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar.
A expectativa é que mais de 1.300 estudantes circulem pelo espaço até o fim do evento, que vai até 17 de maio, no Parque Agrotecnológico Mauro Mendanha, em Palmas. Aberto ao público geral, o estande tem exposições interativas e programação com palestras e oficinas.
Entre os projetos mais comentados está o das colmeias feitas com concreto e isopor, apresentado por alunos da Escola Família Agrícola de Porto Nacional. A proposta é substituir os modelos tradicionais por alternativas mais baratas e eficientes, com controle térmico aprimorado. A estrutura abriga seis espécies de abelhas nativas, e o meliponário da escola foi ampliado com apoio da Seduc.
“Nosso projeto busca substituir a colmeia tradicional. Desenvolvemos uma estrutura feita com concreto e 75% de isopor. Além de ser mais leve e barata, ela oferece melhor controle de temperatura. Há três anos estamos aperfeiçoando essa proposta, e é muito gratificante poder apresentar o resultado do nosso esforço aqui na Agrotins”, contou o estudante João Ricardo Montel Miranda.
O projeto já foi premiado e representou o Tocantins em evento nacional de educação profissional em Brasília.
No mesmo estande, o Colégio Agrícola Brigadas Che Guevara apresenta o projeto Agroevolução na Agricultura Familiar, com foco em melhorar a produtividade rural usando tecnologias sustentáveis. Os alunos desenvolveram técnicas de conservação do solo, cultivo de mudas adaptadas ao clima local e até um pulverizador feito com materiais reciclados. “Nosso objetivo é levar conhecimento e inovação para facilitar o manejo da lavoura e da pecuária. Estou muito feliz em poder compartilhar aqui o que aprendemos na prática”.
Além disso, os estudantes estão distribuindo mudas de espécies do Cerrado, como ipê-rosa, baruzeiro e pau-ferro, todas cultivadas na própria escola.
Experimentos de norte a sul do Tocantins
Outras unidades da rede estadual também marcaram presença. De Araguaçu veio o sistema de aquaponia, que une criação de peixes e cultivo de hortaliças. De São Salvador, uma estufa para produção de mudas, e de Esperantina, uma chocadeira agroecológica desenvolvida por alunos da Escola Família Agrícola do Bico do Papagaio.
Cada projeto mostra como os alunos estão aplicando o que aprendem em sala para resolver problemas reais do campo, promovendo inovação com impacto social.
Educação profissional em expansão
Neste ano, a Seduc aumentou em 58% o número de matrículas em cursos técnicos, alcançando mais de quatro mil estudantes em 62 escolas. As formações abrangem áreas como agroecologia, zootecnia, informática, enfermagem e marketing.
A ideia é formar jovens capacitados para atuar com competência e responsabilidade nas demandas do mercado de trabalho, especialmente no setor rural.
Tecnologia, sabão e clima
O estande da Seduc também conta com uma série de palestras e oficinas. Temas como uso de drones na lavoura, energia solar, letramento climático e produção de sabão a partir do mamão compõem a programação. Também há oficinas com inteligência artificial e experimentos voltados à sustentabilidade.