TOCANTINS

Juíza autoriza morador de Palmas a plantar maconha em casa para uso medicinal e proíbe polícia de prendê-lo

Autorização é para uso no tratamento de Transtorno de Ansiedade Generalizada. Polícias Federal e Civil se manifestaram contra a decisão.

Um morador de Palmas recebeu autorização da Justiça Federal para plantar maconha dentro de casa. A decisão inédita da 4ª Vara do Tocantins é favorável ao pedido para uso medicinal, após o solicitante comprovar que é portador de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

O morador apresentou laudos médicos informando que possui o quadro clínico desde a infância e afirmou ter notado melhora dos sintomas após o uso de canabidiol, substância química derivada da cannabis. Com base nos indicativos de melhora, ele pediu autorização para importar sementes de maconha e cultivar mudas da planta dentro de casa, fazendo a própria extração do óleo de canabidiol.

Após analisar os laudos apresentados, a juíza Célia Regina Bernardes pediu um parecer do Ministério Público Federal (MPF) que foi favorável ao pedido do morador. A magistrada autorizou a importação e cultivo artesanal de até 145 sementes por ano.

Como o cultivo da planta é proibido pela legislação brasileira, foi ajuizado um pedido de Habeas Corpus Preventivo para impedir que ele seja preso ou tenha as plantas apreendidas.

“Concedo a ordem de habeas corpus em favor deste morador com expedição de salvo conduto para que os agentes policiais e todas as esferas de poder se abstenham de atentar contra a liberdade de locomoção do paciente e fiquem impedidos de apreender as plantas utilizadas para o seu tratamento medicinal à base de princípios ativos contidos no extrato de cannabis”, diz a decisão.

Polícias divergem da decisão

Antes de emitir a decisão, a juíza pediu posicionamento das forças policiais, que apresentaram opiniões contrárias à autorização.

  • A Polícia Civil considerou que o desenvolvimento das sementes por moradores em casa é difícil de fiscalizar e controlar a possível circulação das mudas.
  • Já a Polícia Federal escreveu um documento de algumas páginas informando ser contra a liberação, porque o cultivo poderia tomar uma proporção muito maior. E também afirmou que seria difícil controlar o plantio.
  • A Polícia Militar se posicionou apenas informando para a Justiça Federal que morador em questão não tem antecedentes criminais.

Fonte: G1 Tocantins

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